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28 de janeiro de 2014

O estranho medo de perder algo que ainda nem temos



Toda relação que iniciamos começa num ar colorido de satisfação. Tudo é perfeito. Lutamos a vida inteira para manter relações duradouras: amizades, família, amores. Mas quando menos esperamos algo dá errado e ficamos sempre nos perguntando o quê aconteceu.

Quando se inicia uma relação, o ser humano dá o melhor de si, depois, não sei bem o porquê, ele estaciona, se acomoda e vai se esquecendo das palavras doces, dos carinhos inesperados, das surpresas gostosas... E deixa que a relação caia na mesmice, no lugar comum. Aquele mesmo lugar do qual ele queria fugir, do qual estava enjoado.

Ô coisa complicada o ser humano! Não me admira que tão poucos sejam vitoriosos no amor. Deveríamos cuidar dele como se cuida de um bebê... Com carinho de mãe, com zelo de médico e com eficiência de professor.

Exupéry é que estava certo... "É o tempo que perdemos com alguém, que torna esse alguém importante pra nossa vida!". Não se pode amar alguém, sem "perder tempo" com ele. Todas as relações precisam de atenção e atenção precisa de tempo. Se você deixa de procurar um amigo, com o tempo, ele deixará de procurar por você. Se você não cuida do (a) seu (sua) companheiro (a), ele (a) irá procurar alguém que tenha tempo para cuidar.

Mesmo aqueles que afirmar estarem “felizes” vivendo sozinhos, sonharam algum dia em encontrar um amor, em viver uma grande paixão, em ter um verdadeiro amigo. Todos, sem exceção, buscam por isso, mas acabam desistindo depois de topar com os muitos obstáculos que virão pelo caminho. Poucos são os privilegiados que conseguem chegar nessas relações. E não são privilegiados porque chegam, chegam porque são privilegiados. Enxergam com olhos que veem para dentro, além das aparências, além do visível! São os fortes os vencedores no amor!

Como podemos ser tão tolos? Como deixamos passar a chance de ser feliz no amor? "Over the rainbow"... É lá que se encontra o nirvana... E quantos chegam tão perto e o perdem, porque se detém em atalhos sem brilho próprio... Ou com brilho enganoso!

Me recuso ser assim, sem brilho, murcha. Não consigo viver sem meus sonhos. Não posso aceitar uma vide medíocre de mesmice e sem esperança. Gosto do ritual do cotidiano, mas não daquele pobre, sem brilho e sufocante que destrói relações. Gosto do dia-a-dia com luz, cor, sonhos, alegria.


Não quero viver com um coração vazio que se satisfaz com relações breves, amizades fúteis e paixões de temporada. Quero quebra a cara, tentar quantas vezes for necessário. Quero amizades que me façam doer a barriga de tanto rir, mas que também sejam travesseiros quando eu precisar chorar. Quero viver paixões de tirar o fôlego, de queimar a pele de desejo, de me fazer gozar de prazer. Quero um coração cheio, transbordando. Não importa se será de alegrias ou tristeza, mas que sejam de sentimentos.


Não quero viver com medo de ter medo. Nem de optar pela solidão com medo de ficar sozinha. Quero palavras mágicas, quero glórias e risos, lágrimas e tropeços. Quero sentir. Quero sentimentos densos, intensos e completamente sem senso. Quero amar, mesmo que seja a única coisa que eu faça, mas também quero aprender a dar uma chance para outras pessoas me amarem e parar com o medo de que tudo de errado só acontece comigo.

Quero uma chance de viver bem comigo mesma. De ter amigos que me façam bem e que saberão a hora de intervir quando eu fizer algo ruim. Quero um romance, não aqueles de cinema, mas autêntico, sincero, e como o poetinha já dizia, que seja eterno enquanto dure, e claro, que torcerei que dure para sempre.


2 comentários :

Unknown disse...

Maravilhoso texto Ana. Compactuo da mesma opinião, mas me vejo de vez em quando nesta situação e não como me portar.

Unknown disse...

Obrigada pela visita querido!

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