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15 de janeiro de 2014

Tempo de se [re]adaptar...




Todos nós aprendemos a se adaptar as situações da vida desde que nascemos. Saímos de dentro de nossas mães ainda completamente dependentes e temos que aprender a lidar com um mundo estranho, diferente. Tudo é tão grande, desajeitado, cheio e não sabemos como se portar. Com isso aprendemos a nos adaptar às coisas e às pessoas.

Da primeira tentativa de rolar no berço a sentar sozinho, vamos nos moldando às coisas que estão à nossa volta. Engatinhando, andando, falando, comendo sozinho. Somos seres adaptáveis. Mas tudo na vida muda e por isso, precisamos aprender a nos readaptar.

Entrada em nova escola, conhecer um novo amigo, iniciar um novo relacionamento amoroso, trocar de emprego, mudar de cidade (às vezes até de país)... E não para! Conforme vamos ficando mais velhos todas as coisas que aprendemos a nos adaptar também vão se modificando e temos que aprender a se modificar junto com elas.

Quem nunca precisou ponderar se era uma boa escolha ou não trocar o emprego “seguro” por algo que desse mais prazer mesmo ganhando menos? Quem nunca teve medo de deixar um novo alguém se aproximar achando que iria te magoar como outros no passado fizeram?

As pessoas passam por coisas novas o tempo todo. Umas boas, outras ruins. É um que se casa e precisa aprender a viver como casal. Outro que sofre um acidente e precisa reaprender a enfrentar as sequelas. Ou você fica doente e precisa decidir entre tratamentos e como seguirá sua vida dali para frente. Tudo muda o tempo todo e nós temos que mudar juntos.

Em todos esses quase 38 anos que vivi tive que aprender a me readaptar, e muito. Os motivos foram os mais diversos possíveis. De empregos que não me faziam feliz ou me pagavam pouco até namoros que me deixavam mais tristes que alegres. Fui me readaptando aos acontecimentos. Fui crescendo. Fui aprendendo a viver um dia de cada vez.


O tempo todo, alguma coisa de novo acontece e nos faz entrar em choque nos preparando para novas mudanças. Enquanto eu escrevia esse texto, por exemplo, comecei a sentir um cheiro de queimado no ar, um barulho estranho, e “puft”, minha TV queimou. A minha primeira reação foi xingar, ficar revoltada, com raiva e tudo mais, afinal, não estou numa fase financeira boa no momento, mas tive que respirar fundo e me readaptar à situação. Não sou técnica para consertá-la sozinha, não tenho dinheiro no momento para comprar uma nova, então, terei que me readaptar a viver sem TV até poder mudar a situação novamente.

E nesses acontecimentos que ocorrem o tempo todo, precisamos ser camaleões. Observar o que acontece em volta e tentar encontrar uma solução, achar uma saída para aquele problema. Nem sempre será no mesmo instante, no mesmo dia, nem no mesmo ano, mas você encontrará. Certeza disso é porque você terá que se readaptar ao novo acontecimento. E isso tudo é um processo. Não vem de uma hora para outra.

Você não deixa de amar alguém da noite para o dia. Você não começa no novo emprego ganhando rios de dinheiro. Você não consegue colar um vaso quebrado sem deixar rachaduras. E o mais clichê, você não consegue fazer uma omelete sem quebrar os ovos. Você sempre precisará se modificar, se transformar, se readaptar às novas situações.

Eu estou num ano de readaptações. Estou aprendendo a lidar com uma nova carreira, a superar a dificuldade de me encontrar nos novos empregos, de viver com menos dinheiro do que tinha antes e me abrindo novamente para um futuro amor. Aos poucos estou observando as coisas e pessoas que estão surgindo à minha volta e me readaptando ao novo espaço.

Vai ser doloroso? Talvez. Será prazeroso? Quem saberá dizer? Recompensador? Com certeza sim... Porque eu terei dado o melhor de mim sempre, independente se durante meu processo de readaptação eu ganhe mais lágrimas que sorrisos, significará que eu tentei, que eu mudei, que eu me transformei. E isso, significa que eu cresci.



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